segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Obras

Romances

* Cinco minutos, 1856
* A viuvinha, 1857
* O guarani, 1857
* Lucíola, 1862
* Diva, 1864
* Iracema, 1865
* As minas de prata - 1º vol., 1865
* As minas de prata - 2.º vol., 1866

* O gaúcho, 1870
* A pata da gazela, 1870
* O tronco do ipê, 1871
* Guerra dos mascates - 1º vol., 1871
* Til, 1871
* Sonhos d'ouro, 1872
* Alfarrábios, 1873
* Guerra dos mascates - 2º vol., 1873
* Ubirajara, 1874
* O sertanejo, 1875
* Senhora, 1875
* Encarnação, 1893

Teatro

* O crédito, 1857
* Verso e reverso, 1857
* Demônio familiar, 1857
* As asas de um anjo, 1858
* Mãe, 1860
* A expiação, 1867
* O jesuíta, 1875

Crônica

* Ao correr da pena, 1874

Autobiografia

* Como e por que sou romancista, 1873

Crítica e polêmica

* Cartas sobre a confederação dos tamoios, 1856
* Ao imperador:cartas políticas de Erasmo e Novas cartas políticas de Erasmo, 1865
* Ao povo:cartas políticas de Erasmo, 1866
* O sistema representativo, 1866

Bibliografia

* ALENCAR, José Martiniano de, Perfis Parlamentares 01, Câmara dos Deputados, 1977.

Academia Brasileira de Letras

Grande expoente da literatura brasileira do século XIX, Alencar entretanto não alcançou a fundação do Silogeu Brasileiro. Coube-lhe, entretanto, a homenagem de ser Patrono da Cadeira 23 da Academia, onde veio depois a ter assento talentos como Jorge Amado.

Nas discussões que antecederam a fundação da Academia, seu nome foi defendido por Machado de Assis para ser o primeiro Patrono, ou seja, nominar a Cadeira Um. Mas não poderia haver hierarquia nessa escolha, e resultou que Adelino Fontoura, um autor quase desconhecido, veio a ser-lhe o patrono efetivo. Sobre esta escolha, registrou Afrânio Peixoto:

"Novidade de nossa Academia foi, em falta de antecedentes, criarem-nos, espiritualmente, nos patronos. Machado de Assis, o primeiro da companhia, por vários títulos, quis dar a José de Alencar a primazia que tem, e deve ter, na literatura nacional. A justiça não guiou a vários dos seus companheiros. Luís Murat, por sentimento exclusivamente, entendeu honrar um amigo morto, infeliz poeta, menos poeta que infeliz, Adelino Fontoura."

Características da obra de Alencar

A obra de José de Alencar pode ser dividida em dois grupos distintos

Quanto ao espaço geográfico

* O sertão do Nordeste - O Sertanejo
* O litoral cearense - Iracema
* O pampa gaúcho - O Gaúcho
* A zona rural - Til (interior paulista), O Tronco do Ipê (zona da mata fluminense)
* A cidade, a sociedade burguesa do Segundo Reinado - Diva, Lucíola, Senhora e os demais romances urbanos.

Quanto à evolução histórica

* O período pré-cabralino - Ubirajara.
* A fase de formação da nacionalidade - Iracema e O Guarani.
* A ocupação do território, a colonização e o sentimento nativista - As Minas de Prata (o bandeirantismo) e A Guerra dos Mascates (rebelião colonial).
* O presente, a vida urbana de seu tempo, a burguesia fluminense do século XIX - os romances urbanos Diva, Lucíola, Senhora e outros.

Literatura

José de Alencar é o grande nome da prosa romântica brasileira, tendo escrito obras representativas para todos os tipos de ficção românticos: passadista e colonial (O Guarani, 1857), indianista (Iracema, 1865), sertaneja (O Sertanejo, 1875).

Pode-se dividir, didaticamente, a obra de Alencar em indianista (O Guarani, 1857; Iracema, 1865; Ubirajara, 1874); urbana (Lucíola, 1862; Diva, 1864; Senhora, 1875), regionalista (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates (primeiro volume), 1873).

Seus grandes mestres são o francês Chateubriand e o escocês Walter Scott. Mas também o influenciaram muito os escritores Balzac e Alexandre Dumas.

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Vida

Nascido em Messejana, bairro da capital cearense, a família transfere-se para a capital do Brasil Império e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso em 1846. Fundou, nessa época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo Questões de estilo. Formou-se em Direito, em 1850, e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Seu primeiro romance, Cinco Minutos, no ano de 1856 publicado, no mesmo formato, A Viuvinha. Mas é com O Guarani (1857) que alcançará notoriedade.

José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro é uma epopéia sobre a origem do Ceará, tendo como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O segundo livro tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.

Em 1859, tornou-se Chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860 José de Alencar havia ingressado na política, como deputado. Em 1868, tornou-se Ministro da Justiça e, em 1869, candidatou-se ao Senado. Em 1877 viria a ocupar um ministério no governo do Imperado. Em 1872 se tornou pai de Mário de Alencar. Viajou para a Europa em 1877 para tentar um tratamento, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano de tuberculose.

Produziu também romances urbanos (Senhora, 1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893), regionalistas (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (A Guerra dos Mascates, 1873), além de peças para o teatro. Característica de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua. Em um momento de consolidação da Independência, Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país. Em sua homenagem foi erigida uma estátua no Rio de Janeiro.

José de Alencar

José Martiniano de Alencar (Messejana, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi um jornalista, político, orador, romancista, crítico, cronista, polemista e dramaturgo brasileiro. Filho de um influente senador, José de Alencar formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária através dos jornais Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.